Opinião de Araras 26/07/2017: Ararense Serginho Leite participa do Fórum do Brics Sindical na China

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As centrais sindicais dos países que compõem o Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – debateram a conjuntura dessas nações, incluindo-se aí a situação dos trabalhadores. No final os participantes do Fórum elaboraram uma declaração conjunta das centrais que será entregue na reunião dos ministros do Trabalho dos países do Brics hoje e amanhã, em Chongqing, na China.

Na carta os trabalhadores apoiam o processo do Brics e exigem o reconhecimento do Fórum do Brics com o mesmo status do Fórum dos empresá- rios.

Nesta entrevista Serginho fala à Força Sindical e ao Opinião das relações bilaterais com a China e do Brics. “Primeiro tivemos algumas conversas bilaterais com a Federação dos Sindicatos Chineses, dando continuidade ao protocolo de intenções firmado em 2015 com essa Federação, que tem um objetivo quase que único, que é o acompanhamento das relações trabalhistas dos investimentos chineses no Brasil. Um levantamento do Dieese mostra uma projeção de investimentos da ordem de 40 bilhões de dólares até 2020. Mas em 17 de julho já apareciam outros investimentos de 32 bilhões de reais somente no Rio de Janeiro. Então isto também é muito importante para o Brasil, mas, ao mesmo tempo, nós temos de ter um acompanhamento de como será essa relação capital e trabalho, como vem um empreendedor chinês fazer uma relação trabalhista no Brasil. E a Federação chinesa se mostrou muito aberta a esse tipo de discussão, inclusive quer também nos ajudar a acompanhar essas relações. Se houver problema, vamos tentar abrir espaço para uma discussão com o governo chinês e com a Federação dos Sindicatos chineses para que possamos sanar eventuais dificuldades de relação”.

Ao ser questionado sobre como será tratado o trabalhador brasileiro pelas empresas chinesas no Brasil, uma vez que no período do governo Collor ocorreram muitas manifestações porque a invasão dos produtos chineses tirava os empregos no País, Serginho declarou que “logicamente o Brasil tem uma legislação pró- pria de imigração, que precisa ser respeitada. Houve protestos no período de abertura da economia na China, que entrou com uma agressividade muito grande não só no Brasil, mas em todo o globo terrestre. E lógico que ocupou um espaço importante na economia mundial, dominando todo sistema financeiro mundial e a parte industrial do mundo. Lógico, naquela época com a exploração de trabalhadores. E, hoje, nas duas vezes que estivemos na China já percebemos uma mudança extremamente positiva nessa relação de trabalho. Acho que eles fizeram a lição de casa, avançaram na relação capital/trabalho na China. Não é uma relação exemplar, mas não é aquela da época da abertura. Vai precisar ter esse acompanhamento. Isto vale também para quando os americanos e alemães construíram montadoras aqui. Enfim, qualquer capital internacional que venha para cá tem de ter esse monitoramento”. Serginho frisou que “o importante é ter as negociações claras e o respeito ao movimento sindical brasileiro e à legislação brasileira.

Indagado se falaria sobre a ADS (Alternativa Democrática Sindical) para os chineses, o ararense declarou: “Vamos falar sobre a Alternativa Democrática Sindical (ADS), esclarecer com mais tranquilidade, com mais tempo, o que objetivou a organização da ADS, coordenada pelo nosso secretário internacional Nilton Neco e, logicamente, mostrar nossas preocupações quanto à relação do movimento sindical com os governos. Colocar, em primeiro lugar, a luta sindical e o objetivo de defender os direitos dos trabalhadores, independente dos governos que tem, e apostar no diálogo social, no diá- logo tripartite, que é um dos pilares que julgamos importantes para a construção de políticas sociais, trabalhistas, de relações de trabalho, de geração de emprego e o trabalho decente sempre colocado à mesa. Então temos um desafio muito grande no Brics, que é reconhecer o Brics sindical e, lógico, implantar a Agenda do Trabalho Decente. Este também é um papel que a ADS, além da Força Sindical, quer fortalecer também no Brics”.

Fonte: Opinião de Araras (26/07/2017).

 

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