Estamos chegando ao final de mais um ano consideravelmente atípico. 2018 inaugurou a primeira etapa da reforma trabalhista o que foi extremamente árduo para o trabalhador brasileiro. Logo percebemos que a esperança vendida à sociedade de que a reforma iria gerar empregos, trazer segurança jurídica e aperfeiçoar as relações entre empregado e empregador caiu por terra. A manobra do então governo só buscou mesmo retirar direitos da classe trabalhadora e enfraquecer o movimento sindical.
Ainda assim, com todas as dificuldades, fizemos a nossa parte! Em nossas campanhas salariais no setor farmacêutico, etanol, químico, plástico, instrumentos musicais e brinquedos conseguimos preservar direitos em Convenção Coletiva de Trabalho, bem como recompor o poder de compra dos salários por meio da reposição da inflação.
Nosso propósito é consolidar um processo de negociação coletiva em que a relação entre capital e trabalho seja efetivamente reconhecida e fortalecida. Que possamos ter condições e estruturas suficientes para discutir e ampliar direitos em Convenção Coletiva, melhorando salários, PLR, ambientes de trabalho, com qualidade de vida, qualificação profissional, saúde e segurança.
Ademais, o mundo do trabalho enfrenta outros grandes desafios. Uma grande revolução tecnológica e digital está se desenrolando. Essa nova realidade que aumenta a produtividade e a competitividade, também tem potencial para melhorar a segurança e saúde no trabalho e a sustentabilidade. Tudo isso impacta no mercado de trabalho. É um contexto que poderá criar mais e novos postos de trabalho, mas também extinguir algumas funções e aumentar a exigência de trabalhadores mais qualificados, principalmente nas áreas de ciência e tecnologia.
Voltando a nossa atenção aos aspectos políticos do Brasil, em janeiro o novo governo assume o país e muitas questões se apresentam estimulando nossos anseios de iniciar 2019 com mais disposição de luta e resistência para que não haja ainda mais retrocessos.
O cenário que se desenha é com propostas que afrontam diretamente os direitos dos trabalhadores. Uma reforma da previdência perversa, mais flexibilizações nas leis trabalhistas, ataques a direitos sociais, enfim, medidas nefastas para a sociedade, que valorizam o setor empresarial e buscam enfraquecer e perseguir o movimento sindical.
Nesse sentido, asseguramos que 2019 será marcado por muita luta, mobilização, mas também de muita reflexão e diálogo para que possamos dar outra direção às intenções do governo e transformar o nosso país em um lugar melhor, mais justo e digno.
Sergio Luiz Leite, Serginho
Presidente da FEQUIMFAR e
1º secretário da Força Sindical