As recentes campanhas salariais de importantes categorias, que conseguiram resultados positivos, apontam que o sindicalismo demonstra ser possível superar as dificuldades. Mesmo com o avanço das políticas que retiram direitos trabalhistas e sociais, dos ataques às conquistas e a imposição de leis de austeridade fiscal.
É o caso, por exemplo, dos Padeiros de São Paulo. Com cerca de 70 mil trabalhadores na base, o Sindicato da categoria concluiu as negociações na sexta (30). O acordo coletivo, que garante aumento de 4,5% nos Pisos e demais benefícios (inflação de 4%), foi aprovado em assembleia.
“Foi uma negociação dura, mas saímos fortalecidos”, afirma o presidente Chiquinho Pereira. “Mantivemos nossa Convenção Coletiva integralmente e incluímos uma nova cláusula, que trata do intervalo de almoço”, acrescenta o dirigente. Ele explica que, quando houver a redução do intervalo – de uma para meia hora – o tempo restante será pago como hora extra ou folga.
Aliás, um fator predominante nas campanhas salariais tem sido a manutenção das Convenções Coletivas. A renovação de cláusulas sociais preservam direitos obtidos em anos de lutas, que poderiam se perder com a aplicação da reforma trabalhista.
Químicos – A defesa da Convenção, por exemplo, foi a principal meta da campanha unificada no setor químico, plástico e de reciclagem no Estado de São Paulo.
A campanha, conduzida em conjunto pela Fequimfar (Força Sindical) e Fetquim (CUT), assegurou a manutenção das cláusulas sociais por mais dois anos. Entre elas, garantias às gestantes, inclusive o direito de não trabalhar em locais insalubres. Também foram renovadas as Convenções de segurança em máquinas injetoras e sopradoras.
“Foi uma importante vitória da categoria”, afirma o presidente da Fequimfar, Sérgio Luiz Leite (Serginho). O acordo garantiu reajuste salarial de 4% (INPC cheio), a partir de 1º de novembro, Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) com aumento de 1,53% acima da inflação.
Metalúrgicos – Os trabalhadores da Mitsubishi em Catalão, Interior de Goiás, aprovaram o acordo coletivo, garantindo reposição integral da inflação acumulada na data-base (4%) nos salários e vale-alimentação, mais um abono de R$ 2.600,00.
O secretário-geral do Sindicato local, Thiago Cândido Ferreira, disse em entrevista à Rádio Web Agência Sindical que a negociação focou “um abono maior que o negociado no ano passado, porque a situação da empresa, hoje, é bem melhor”.
A campanha salarial da categoria em São Paulo envolve mais de 700 mil trabalhadores. Os primeiros acordos com os grupos patronais já foram assinados por CUT e Força Sindical. Em ambos os casos, os reajustes obtidos foram acima da inflação, em torno de 1%, com manutenção integral das Convenções Coletivas.
Bancários – A categoria conseguiu a manutenção de todos os direitos da Convenção e reajuste salarial de 5%, que supera a inflação na data-base (1º de setembro) e garante aumento real de 1,18% nos salários, PLR e demais verbas. O acordo é nacional e vale em todo o País.
Fonte: Agência Sindical.