Fórum da OIT discute desafios da 4ª revolução industrial

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Edson Bicalho integra comitiva da Fequimfar no evento, que busca firmar diretrizes mundiais que conciliem desenvolvimento produtivo e trabalho decente

Há uma revolução em curso que tem tudo para mudar o mundo da forma como o conhecemos. No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. Os especialistas têm um nome para isso: quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. As empresas já embarcaram nesse movimento e os trabalhadores não podem ficar para trás. É com esse objetivo que a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), representando os trabalhadores do ramo químico e farmacêutico brasileiro, participa do Fórum Mundial de Diálogo sobre os desafios para o trabalho decente e produtivo resultante da digitalização nas indústrias químicas e farmacêuticas, organizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O evento, que foi realizado de 10 a 12 de dezembro, em Genebra (Suíça), contou com a participação do presidente da Fequimfar e 1º secretário da Força Sindical, Sergio Luiz Leite, Serginho; do integrante do Comitê Executivo da IndustriALL, secretário-geral da Fequimfar e presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru, Edson Dias Bicalho, e do presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista e coordenador da Secretaria Nacional dos Setores Químicos, Herbert Passos Filho. Bicalho conta que o fórum debateu amplamente o impacto da digitalização nas indústrias químicas e farmacêuticas em todo o mundo e os caminhos para conciliar desenvolvimento com proteção do trabalho decente neste novo cenário.

“Queiramos nós ou não, a 4.ª revolução industrial já está em curso. A digitalização nas indústrias químicas e farmacêuticas já ocorre aqui no Brasil, no Estado de São Paulo, na nossa base sindical de Bauru. É uma nova realidade que nos impõe desafios, mas também oportunidades. Essa nova realidade aumenta a produtividade e a competividade ao mesmo tempo que tem potencial para melhorar a segurança e saúde no trabalho e a sustentabilidade. Mas também impacta no mercado de trabalho. É um cenário para criação de mais e novos postos de trabalho, mas também de extinção de algumas funções e de aumento da exigência de trabalhadores mais qualificados, principalmente nas áreas de ciência e tecnologia”, relata Bicalho.

Para uma transição justa rumo ao futuro são necessárias mudanças estruturais não somente nas empresas, mas na sociedade, o que inclui transferência tecnológica, investimento em educação, aplicação de normas internacionais do trabalho e dos direitos humanos, frisa o presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru. Com este objetivo, detalha ele, os sistemas sociais de proteção social, que incluem as entidades sindicais, devem serem mantidos e adaptarem-se às novas formas de organização do trabalho e da produção.

Edson Bicalho relata que o fórum da OIT mostrou que o consenso é que os governos, em consulta com empresas e trabalhadores, devem elaborar e aplicar políticas estratégicas para promover o crescimento e produtividade das empresas, gerar novas oportunidades, principalmente para as pequenas e médias empresas.  E investir mais em educação, assim como cobrar das empresas maior contribuição com uma educação igualitária, de homens e mulheres, para atender a demanda de mão de obra qualificada que em muitos países, como o Brasil, ainda é escassa para tocar a indústria 4.0.

“Nós, dirigentes sindicais, precisamos – e estamos – participando de discussões e diálogos tripartites, que envolvem governos, empresas e interlocutores sociais, visando uma transição justa, com garantia de trabalho decente, rumo a um futuro altamente mecanizado”, completa Bicalho. O fórum em Genebra reuniu participantes dos governos de todos os países membros da OIT, bem como delegados representantes dos trabalhadores e empregadores.

Fonte: Imprensa STI Bauru.

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