Dados foram divulgados com base na lei de igualdade salarial
O terceiro Relatório de Transparência Salarial e Igualdade, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho, aponta que as mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que os homens nos 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Os dados têm como base o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) de 2024, que analisou 19 milhões de vínculos — um milhão a mais em comparação com a RAIS de 2023. No primeiro relatório, a diferença salarial era de 19,4%; no segundo, subiu para 20,7%.
Na remuneração média, os homens ganham R$ 4.745,53, enquanto as mulheres recebem R$ 3.755,01. Já no caso das mulheres negras, o salário médio é de R$ 2.864,39 — valor ainda mais distante em relação aos homens negros, cuja média é de R$ 3.647,97.
Por outro lado, caiu o número de estabelecimentos com, no máximo, 10% de mulheres negras, em comparação com os dados da Rais de 2023. No relatório anterior, havia 21.680 estabelecimentos; em 2024, são 20.452. Houve também um crescimento na participação das mulheres negras no mercado de trabalho: eram 3,2 milhões e passaram para 3,8 milhões. Também aumentou o número de estabelecimentos em que a diferença nos salários médios e medianos entre mulheres e homens é de, no máximo, 5%.
O Relatório aponta que as mulheres diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens. Já as profissionais em ocupação de nível superior recebem 68,5% do salário dos homens. As trabalhadoras de serviços administrativos recebem 79,8% dos salários dos homens. Os estados como Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal têm as menores desigualdades salariais.
Sancionada em julho de 2023, a lei que trata da igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens no ambiente de trabalho determina que empresas com mais de 100 empregados adotem medidas para assegurar essa igualdade, como a implementação da transparência salarial, ações de fiscalização contra a discriminação, canais específicos para denúncias, programas de diversidade e inclusão, além do incentivo à capacitação de mulheres.
Fonte: O Globo.