Alguns trabalhadores podem estar se questionando sobre o porquê filiarem-se a um sindicato. Sobre o porquê contribuírem para a manutenção do mesmo ainda mais em uma época como esta que vivenciamos, de crise econômica e social, de desemprego, juros ainda altos e ameaças constantes da retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.
Recuando um pouco na história, foi a persistente atuação dos sindicatos a grande responsável pela conquista de benefícios voltados à proteção do trabalho em nosso País, ou pela consagração de outros já existentes, como o 13º, férias, o abono de 1/3 das férias, FGTS, a PLR, o reajuste de 10% para 40% do adicional na rescisão sem justa causa, o vale-refeição e o vale-transporte, entre tantos outros. Cada um dos avanços conquistados tem a marca da atuação sindical e da fundamental participação dos trabalhadores. Sem contar que os benefícios contemplam a todos, e não apenas àqueles associados ao sindicato.
Explorando a questão mais profundamente, vamos analisá-la da seguinte forma: se as coisas não estão tão boas para quem trabalha e é sindicalizado – não por culpa das entidades, mas pelo próprio caos econômico que vive o País –, como não estariam se ainda estivéssemos vivendo num passado nem tão remoto, quando as jornadas diárias de trabalho duravam 10 ou 12 horas, crianças tinham de trabalhar nas fábricas e os ambientes de trabalho eram totalmente insalubres? Não fossem os sindicatos, e a Greve Geral de 1917, provavelmente essas situações ainda perdurariam.
Não vamos nos alongar, mas nossa mensagem é clara: os reajustes e a ampliação dos direitos são conquistas dos sindicatos, que apresentam propostas, organizam e mobilizam os trabalhadores, realizam greves, negociam e fecham acordos. Claro, tudo isto com a anuência dos trabalhadores decidida em assembleias.
Sindicalizar-se não é uma obrigação! É um direito que cada trabalhador tem de ter mais segurança, de proteger-se individualmente e manter unido e coeso o conjunto dos trabalhadores. É fortalecer uma luta que, cada vez mais, é de todos!
João Carlos Gonçalves, Juruna
Secretário-geral da Força Sindical e
vice-presidente dos Metalúrgicos de São Paulo