Na avaliação do presidente da CNTQ, Antonio Silvan Oliveira, presente na audiência, o incremento da indústria 4.0 no mercado de trabalho nacional irá provocar uma reorganização da indústria. Essa nova metodologia de trabalho irá provocar a redução de postos de trabalho na indústria, razão pela qual caberá às lideranças sindicais representante dos trabalhadores se unir para assegurar que a inovação e a tecnologia proporcionem melhores ambientes para o trabalho, com mais segurança e melhor qualidade de vida para esses profissionais que permaneceram nas fábricas e, principalmente, em função das novas exigências profissionais, será necessária a melhor remuneração deles, cabendo ao governo, empresários e lideranças sindicais laborais assumirem, cada um no seu campo de atuação, papel importante de redirecionamento de parte dos trabalhadores que não irão continuar nessa nova fase, nas indústrias.
Os desafios da indústria 4.0 e a formação do trabalhador do futuro. Esse foi o tema da segunda audiência pública regional realizada nesta quinta-feira (25), em São Paulo (SP), no âmbito das ações do Comitê de Estudos Avanços sobre o Futuro do Trabalho, criado pelo Ministério do Trabalho.
A audiência começou às 14h na sede Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo. A abertura foi feita pelo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello. “Acredito no Brasil e acredito no futuro do país. Por isso estou aqui, como ministro, para uma discussão tão importante. Para ultrapassarmos a barreira tecnológica temos que pensar em inovação e qualificação profissional. O trabalhador qualificado encontra trabalho”, enfatizou o ministro, que destacou o saldo positivo de 137,3 mil empregos formais em setembro, o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos, como apontado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que o Ministério do Trabalho divulgou na segunda-feira (22).
O encontro reuniu representantes de diversos setores: indústria, sindicatos, universidades e Judiciário, entre outros. Durante a audiência, foram apresentados estudos e trabalhos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Senai/SP e Centro Paula Souza. A audiência foi finalizada com um painel de debates mediado pelo coordenador geral do Comitê de Estudos Avançados para o Futuro do Trabalho, Mário Magalhães.
Também estiveram presentes o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, Erick Vinícius Schramm; o superintendente regional do Trabalho de São Paulo, Marco Antônio Melchior; o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Claudio Secchin; o secretário adjunto de Emprego e Relação do Trabalho no Estado de São Paulo, Bruno Maluly; o 2º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho; o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Murilo Celso de Campos Pinheiro; e a coordenadora da Comissão Estadual de Emprego e Trabalho do Estado de São Paulo, Layla Lopes.
Inteligência artificial e economia compartilhada – A primeira audiência pública regional promovida pelo Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho foi realizada em Florianópolis, no dia 16 de setembro, ocasião em que foram debatidos os impactos da inteligência artificial no futuro do trabalho. O encontro aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e reuniu empresários, trabalhadores e especialistas. A cidade foi escolhida para sediar o encontro por ser um importante polo de informática e tecnologia do país.
A próxima audiência pública regional será realizada em Recife, no dia 16 de novembro, para debater a economia compartilhada. Paralelamente aos encontros estaduais, o Ministério do Trabalho também realiza as reuniões do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho em Brasília. A terceira reunião do Comitê está agendada para 30 de outubro.
Proteção do trabalho – O Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho, criado pelo Ministério do Trabalho, reúne representantes do governo, do Judiciário, do meio acadêmico, de entidades de classe e sindicais (de empregados e empregadores) e tem a missão de discutir e propor formas de proteção ao emprego diante do avanço da automação.
As contribuições da sociedade brasileira também são recebidas pelo Ministério do Trabalho por meio de consulta pública ([email protected]), com foco em três assuntos: presença das novas tecnologias nas atividades econômicas, impacto dessas tecnologias no mercado de trabalho e políticas públicas que promovam a inclusão de trabalhadores no processo de transformação.
As propostas serão analisadas pelo comitê, e o resultado será compilado para discussão no Conselho Nacional do Trabalho. A expectativa é de que o relatório final com os estudos e proposições do grupo seja apresentado dia 23 de novembro.
Fonte: Imprensa do Ministério do Trabalho.