Químicos no combate à LER/DORT

Químicos no combate à LER/DORT

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Precaridade nos planos de ações e na organização no local de trabalho: lesões só aumentam!

As lesões por LER/DORT (Lesões por Esforço Repetitivo ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), causa de tantos males aos trabalhadores e trabalhadoras, nos levam a várias reflexões, sobretudo por se tratar de uma questão em que a prevenção pode mudar esse quadro.

Desde  2000, o dia 28 de de fevereiro é considerado Dia Internacional do Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Ósteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como são conhecidos, agora, no Brasil.

A sigla LER/DORT identifica um conjunto de doenças que atingem músculos, tendões, nervos (dedos, mão, antebraços, braços e pescoço). Ela tem relação direta com as condições de trabalho e ocorre em decorrência de lesões provocadas por atividades do trabalho quando esse trabalho exige do trabalhador realizar suas tarefas em condições que não são ergonômicas. Exemplos disso são: trabalhar fazendo força física, posições  inadequadas, e não se trata, apenas, de questões ligadas ao mobiliário.
Por isso se faz necessária a Avaliação Ergonômica do Trabalho (AET), para que medidas preventivas sejam implantadas. Só assim, o trabalhador e a trabalhadora poderão ter sua saúde preservada. Cerca de 80% a 90% dos casos de doenças relacionadas ao trabalho no país são representados pela LER/ DORT, ficando atrás, somente, dos transtornos mentais.  Isso demonstra  que esta patologia continua sendo um sério problema de saúde, não só no Brasil, como no Mundo.
É inadmissível aceitar que, com avanços tecnológicos para que se aumente a produtividade nas empresas, não se utilize, também, a tecnologia e as formas decorrentes de estudos ergonômicos, para se melhorar os ambientes de trabalho, de forma que se trabalhe sem ter, como consequência o adoecimento.
Principalmente por sabermos que isso é gerado por fatores tais como: automação dos processos de trabalho, ritmo de tarefas aumentado, quadro de funcionários cada vez mais reduzido. São provocadas por gestões em que o LUCRO exige uma produtividade sem respeito à Vida e à Saúde e que devem ser veementemente combatidas.
Vale ainda destacar que com a terceirização e quarteirização, reforma trabalhista e precarização no ambiente de trabalho, a tendência é aumentar as consequências e problemáticas na saúde do trabalhador. Dados da OIT indicam que o Brasil é o 4º país onde os trabalhadores mais adoecem!
Queremos gerar emprego com qualidade! Não podemos permitir que nossos trabalhadores adoeçam ainda mais por falta de prevenção!É isso que queremos lembrar nessa data.

Companheiros e companheiras, só haverá mudanças se houver maior comprometimento por parte de quem pode mudar essa realidade. Nós,  representantes de trabalhadores e trabalhadoras sabemos disso e não podemos assistir calados ao permanente descaso de quem pensa em gestão de lucros sem pensar em gestão de saúde.

Por isso, em 28 de fevereiro, Dia Mundial de Luta contra LER/DORT, é preciso haver mobilizações por parte dos que tem interesse em Prevenir essas Lesões. Até mesmo porque hoje, as LER/DORT são consideradas um problema de saúde pública. São afastados do ambiente laboral, trabalhadores jovens,  no auge de sua capacidade produtiva.

O que se precisa, urgentemente, é repensar como deve ser realizado o trabalho de forma que a ganância pelo lucro não continue sendo o objetivo principal de um sistema aonde adoecer não importa, porque a mão de obra pode ser facilmente substituída. O que é preciso é provocar mudanças radicais efetivas em prol da Saúde.

Pensemos nisso!

Trabalhador e trabalhadora não são objetos que quando se quebram, se jogam fora. São seres-humanos que merecem todo o respeito e dignidade!

João Donizeti Scaboli,
Diretor do departamento de saúde do trabalhador da FEQUIMFAR,
Adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical e Membro do Conselho Nacional de Saúde pela Força Sindical

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