No Brasil e no mundo, mulheres convocam “Todos contra Bolsonaro”

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O que começou como um chamado a um ato público virou movimento mundial, apoiado por diferentes setores e movimentos sociais, em rejeição à ameaça fascista representada pelo candidato

São Paulo – Já considerada vitoriosa, a campanha das mulheres contra o fascismo representado pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, ganhou as redes sociais com a hashtag #EleNão e, neste sábado (29), dá o seu maior passo, ao ganhar as ruas de centenas de cidades do Brasil e em algumas das principais do mundo. Em São Paulo, no Largo da Batata e no Rio, na Cinelândia, os protestos estão marcados para as 14h.

A onda de protestos faz frente, de forma democrática, às declarações – carregadas de preconceito contra as mulheres, negros, pobres, homossexuais e demais minorias – e também ao plano de governo do candidato – que privilegia as elites e retira ainda mais direitos dos trabalhadores. Também serão repudiadas as ações truculentas que caracterizam os apoiadores de Bolsonaro, que comumente criam e espalham mentiras, discursos de ódio e até mesmo tentam censurar opositores.

O protagonismo feminino do movimento ganhou apoio imediato de diferentes representações sociais. Comunidade LGBTI+, movimento negro, movimento estudantil, torcidas organizadas, artistas, cientistas, intelectuais e empresários, entre outros, aderiram à mobilização de repúdio ao fascismo.

Agenda de atos no Brasil

A intensa movimentação nas redes sociais pelo #EleNão viralizou desde o início – em poucas horas, a página Mulheres contra Bolsonaro, no Facebook, conquistou apoio de milhões – e derivou até mesmo para o bom humor, de forma a ampliar a convocação para os atos deste sábado. “Eventos” criados por internautas nas redes sociais convocam até mesmo alienígenas contra o candidato. A lista segue com duendes, gatos, defensores dos animais, amantes de sushi, os que gostam de catuaba, meteoros, ioguines, entre centenas e até um “apoiadores de Bolsonaro contra o Bolsonaro”.

A convocação para os protestos também vem sendo feita por diversos vídeos postados nas redes sociais, tanto por mulheres de destaque em seus campos de atuação, quanto por cidadãs comuns, que encorajaram-se a manifestar seu repúdio representado pela candidatura do deputado federal e capitão reformado do Exército.

Difícil precisar o número de atos organizados nas demais capitais e em outras cidades do país. Apenas no Ceará estão previstas manifestações em 21 cidades; no exterior serão ao menos 15 (confira quadro abaixo). “A gente não precisa desse retrocesso. Sou uma mulher que batalhei dentro do sertanejo para quebrar todo o preconceito de um mercado completamente machista”, disse a cantora sertaneja Marília Mendonça, que chegou a ser, ela e sua família, ameaçada por seguidores radicais do candidato.

“Dia 29 estaremos todas nas ruas para dizer ‘Ele não!’”. O que está em jogo é a democracia. Esse candidato defende valores fascistas. Ele não respeita as mulheres, acha racismo normal, se coloca contra cotas e projetos sociais que dão dignidade para as pessoas. É homofóbico e defende a tortura. Por isso não. Não!, para quem finge ser ‘diferente’, e que, em 27 anos de vida pública, nunca aprovou um projeto de lei que melhorasse a vida de seus eleitores. O Brasil não pode embarcar em uma aventura falaciosa que pode custar vidas”, resume a atriz Camila Pitanga.

Fonte: Rádio Peão Brasil.

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