Sindicalista, Wagner Gomes foi o primeiro presidente da CTB
Um ataque cardíaco fulminante tirou do cenário sindical Wagner Gomes, secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Ele morreu dia 10, aos 64 anos.
“Ele era uma pessoa capaz de agregar. Unia os amigos, os militantes e quem pensava diferente”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Os dois eram amigos desde os anos 1990.
Wagner pautou sua vida pelos interesses da classe trabalhadora. “O seu papel entre as centrais foi de união, criando o fórum das centrais, as pautas para os debates no Congresso Nacional. Muitas coisas realizadas pelo movimento sindical tiveram a inteligência e o empenho de Wagner”, diz Juruna.
Natural de Araçatuba (a 527 km de SP), ele mudou-se para São Paulo em 1970. Entrou no Metrô em 1979, participou da fundação e presidiu o sindicato da categoria por dois mandatos. Wagner esteve à frente de muitas greves e manifestações. Também foi vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o primeiro presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Na política, foi membro da direção nacional do PC do B. Em 2002, foi candidato a senador, em dobradinha com Aloizio Mercadante (PT).
Era considerado um homem simples, brincalhão, despojado e querido por todos que cruzaram seu caminho. No futebol, um santista de coração.
“Contra um governo que é antitrabalhador, o Wagner fará falta”, afirma o amigo.
Fonte: por Patrícia Pasquini, da Folha de S. Paulo