O processo eleitoral permitirá a construção de compromissos com a futura agenda de desenvolvimento do País, para a qual o mundo do trabalho deve ter centralidade estratégica e os trabalhadores devem ser protagonistas na construção de um projeto de país e de nação.
Por João Carlos Gonçalves, Juruna
O Fórum das Centrais (que reúne entidades como Força Sindical, CSB, CTB, CUT, Intersindical, Nova Central e UGT) lançou na quarta-feira (6), a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora e Democracia, Soberania e Desenvolvimento com Justiça Social: Trabalho e Emprego no Brasil.
O título longo resume o sentido das 22 reivindicações que serão apresentadas aos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e aos pré-candidatos à Presidência da República. Foi um evento de trabalhadores e também um fato político de enorme importância na conjuntura que antecede a disputa presidencial que ocorrerá daqui a 4 meses.
A Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora resultou de meses de debates entre os sindicalistas e técnicos do Dieese em um processo democrático e necessário para definição dos atuais objetivos da luta dos trabalhadores brasileiros, sobretudo no momento crítico que o país vive, depois do golpe antinacional, antidemocrático e antipopular de 2016.
O debate em torno de uma agenda unificada entre as centrais sindicais remonta à Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) de junho de 2010, realizado em São Paulo, quando também apresentamos aos presidenciáveis uma pauta de reivindicações consolidadas na agenda da classe trabalhadora. A nova agenda resume as principais reivindicações que constam daquele documento e acrescenta novas e urgentes demandas. São 22 propostas com medidas para fortalecer a economia brasileira, retomar o crescimento econômico, valorizar o trabalho e a renda do trabalhador, a representatividade sindical e defender a soberania nacional.
Além de sua relevante pauta, de natureza econômica, trabalhista e sindical, a agenda lançada na quarta-feira (6) em São Paulo tem dimensão política expressa na unidade da liderança dos trabalhadores, de seus dirigentes sindicais, apontando a necessidade dos trabalhadores caminharem juntos, unidos, para a eleição de outubro, quando mais uma vez decidirão pelo programa que estará à frente do país, controlando o governo federal. E que poderá ser novamente um programa nacional de desenvolvimento para fortalecer a indústria, a criação de empregos, a renda dos trabalhadores e o respeito à soberania nacional.
Neste sentido, como uma 1ª ação proposta pela agenda, nós sindicalistas convocamos o Dia Nacional de Luta, em 10 de agosto, com manifestações e paralisações em todo o território nacional, para derrotar mais uma vez a nefasta agenda neoliberal que o governo Temer tenta enfiar goela abaixo nos brasileiros.
Outra preocupação fundamental que neste momento pauta o debate das centrais sindicais é a garantia que haja “eleições livres e democráticas” em outubro de 2018, para que possamos escolher deputados, senadores, governadores e um presidente da República legítimo, com quem os trabalhadores possam dialogar. O processo eleitoral permitirá a construção de compromissos com a futura agenda de desenvolvimento do País, para a qual o mundo do trabalho deve ter centralidade estratégica e os trabalhadores devem ser protagonistas na construção de um projeto de país e de nação.
João Carlos Gonçalves, Juruna,
Secretário-geral da Força Sindical e
vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo