Em 1937 o presidente Getúlio Vargas Vargas baixou um decreto (que dura até hoje) obrigando os enredos de Escolas de Samba a só falar de temas “históricos e patrióticos”. As letras de música eram censuradas pelo DIP. O exemplo mais famoso é O Bonde de São Januário, de Ataulfo Alves e Wilson Batista.
A letra original exaltava a figura do “malandro” esperto, que vivia na boemia, que não era trouxa de virar operário e entrar “no bonde de São Januário” (bairro industrial) que “leva mais um otário” para trabalhar. A letra teve que ser mudada. Veja abaixo como ficou:
O Bonde São Januário
(Composição: Ataulfo Alves e Wilson Batista/1940)
Intérprete: Cyro Monteiro
Quem trabalha
É quem tem razão
Eu digo
E não tenho medo
De errar
(bis)
O Bonde São Januário
Leva mais um operário
Sou eu
Que vou trabalhar
(bis)
Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas resolvi garantir
meu futuro
Vejam voces
Sou feliz
vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
É, vivo bem
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Fonte: Memória Sindical