Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho

0
665

Por João Scaboli

Por que o Brasil encontra-se no 4º lugar no ranking mundial dos países que cujos trabalhadores mais adoecem?

A cada quatro horas e meia, uma pessoa morre no trabalho! Além disso, seis trabalhadores morrem por dia! De 2012 a 2018, mais de 45 milhões de acidentes de trabalho e 16.736 mortes, isso sem contar os subnotificados.

O que está errado?

Faltam planos de ações envolvendo o governo através dos ministérios, faltam ações no setor público e privado, falta fiscalização… nossos profissionais estão executando seus planos de ações, e o empregador só cumpre as normas?

Quando falamos nas NR5 e NR4, os trabalhadores e trabalhadoras são treinados.

Porém, quando tudo vai bem, ninguém se lembra das políticas de saúde do trabalhador (a), saúde e segurança. Entretanto, quando as coisas não estão como os patrões desejam ou quando, infelizmente, acontece algum acidente, as pessoas contestam nosso trabalho e até negligenciam ações para evitar “gastos” financeiros.

O Brasil registrou, em 25 de janeiro de 2019, o maior acidente de trabalho de sua história com o rompimento da barragem em Brumadinho – MG, que vitimou 277 trabalhadores (as), sendo até o momento 225 mortos (as) identificados (as) e 52 desaparecidos (as). *

Esse acidente de trabalho ampliado trouxe impactos de contaminação ao meio ambiente, inviabilizando a vida das pessoas e destruindo o ecossistema.

E as reformas?
Trabalhista já aprovada!
Previdenciária em processo de aprovação!

Terceirização, quarteirização, precarização no ambiente de trabalho, desemprego, consequências, mortes e adoecimento.

Ademais: estamos no século XXI, os avanços tecnológicos se fazem presentes com a indústria 4.0 e empresas trabalhando com a nanotecnologia.

Queremos gerar emprego?
Sim, com certeza.
Estamos preocupados com as futuras gerações?
Sim, com certeza.
Que tipo de emprego queremos?
Com qualidade.

Nesse 28 de abril, manifesto: “Chega de adoecimento nos ambientes de trabalho. Não ao retrocesso!”

Vamos valorizar avanços, conferências, convenções de segurança, estadual, nacional, internacional, normas regulamentadoras, política de saúde do trabalhador e da trabalhadora.

Trabalhar, sim.

Adoecer, não.

João Donizeti Scaboli,
Diretor do departamento de saúde do trabalhador da FEQUIMFAR,
Adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical e Membro do Conselho Nacional de Saúde pela Força Sindical

*Com dados atualizados em 11/04/2019.

Deixe uma resposta