O mercado financeiro tem defendido que a taxa de juros é consequência da inflação e que a solução para a questão seria através de mais “ajuste fiscal”. O terraplanismo econômico do mercado financeiro se recusa a compreender que nem toda inflação é excesso de demanda, como preceitua a cartilha neoliberal.
Inflação pressionada por desvalorização cambial não se resolve com alta de juros, inflação causada por estiagem e aumento dos custos de energia elétrica não se resolve com alta de juros, assim como inflação causada pela política de preços da Petrobras para os combustíveis não se resolve com alta de juros.
Em todos estes cenários uma alta dos juros beneficia apenas o rentismo improdutivo, ou seja, as instituições financeiras credoras da dívida pública que são remuneradas pelos juros altos. A cada ponto percentual acrescido na taxa Selic, entram R$ 36 bilhões nos cofres dos banqueiros e instituições financeiras. Isto corresponde a três vezes o orçamento mensal do Bolsa Família para 2023, ainda assim o mercado clama sem qualquer pudor por mais “ajuste fiscal pelo bem do povo”.
Com toda razão o presidente Lula denuncia que uma taxa de juros de 13,75% é absolutamente incompatível com uma inflação de 5,93%. O Banco Central, em sua suposta independência, transformou a taxa de juros em uma verdadeira âncora ao crescimento da economia real, colocando de refém o investimento produtivo e capacidade do país gerar emprego, renda e consumo.
Sergio Luiz Leite, Serginho
Presidente da FEQUIMFAR (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas no Estado de São Paulo)
Antonio Silvan Oliveira,
Presidente da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico)
Herbert Passos Filho,
Coordenador nacional da SNQ (Secretaria Nacional dos Químicos da Força Sindical )