Companheiros e companheiras, como em todos os anos, vamos fazer mais uma reflexão sobre o dia 28 de abril.
Sua origem ocorreu por conta de 78 trabalhadores que morreram num acidente decorrente de uma explosão em uma mina no Estado de Virginia. Sindicalistas canadenses, inconformados e solidários, criaram esta data em sinal de protesto e em memória a essas vítimas, e a data foi sendo adotada por outros vários sindicatos no mundo inteiro. Em 2003, a OIT a instituiu como Data mundial e no Brasil, desde 2005, ela vem sendo adotada como o Dia Nacional.
É impossível não pensar sobre o nosso papel social enquanto sindicalistas, nesta data e nos dias de hoje.
O que já fizemos por condições e ambientes de trabalho melhores?
Muita coisa. Muita mesmo!
Banimento de substâncias prejudiciais à saúde , como o benzeno. Mudanças de máquinas e equipamentos de segurança, avanços significativos nas convenções coletivas e muitas outras aquisições importantes.
Mas, e agora, diante dessas perspectivas de mudanças que impactarão no mundo do trabalho de forma agressiva e com possibilidades de retrocesso de garantias de direitos de trabalhadores?
O que vamos fazer?
Cruzar os braços, nunca. Nunca mesmo!
Diante do que está ocorrendo, nossa preocupação é enorme.
Sabemos que a terceirização do trabalho é nefasta e aumentará, e muito, os agravos à saúde dos trabalhadores.
A precarização da condições de trabalho será inevitável .
Aumento de rotatividade, com a cronicidade do adoecimento decorrente do trabalho, desemprego, desencanto e dor aumentarão com isso.
E não existe sofrimento individual que não gere sofrimento coletivo. Seremos atores dentro de uma sociedade doente , se não tivermos o poder de combate para vencermos esta proposta de mudanças que ameaçam vidas e destinos.
Reforma trabalhista e reforma previdenciária num momento de crise que já é causadora de tantos males.
Esperamos que a sensibilidade daqueles que podem mudar esse panorama prevaleça. E que não desanimemos diante disto, já que até agora nosso lema foi de luta pela garantia dos direitos à saúde dos trabalhadores.
Queremos nesta data, 28 de abril ,reforçarmos nosso compromisso de continuarmos, todos juntos , em estado de alerta e de enfrentamento necessário para que não haja retrocesso no mundo do trabalho.
Para que trabalhadores e trabalhadoras não sejam prejudicados em sua dignidade . E que possam ter um presente e um futuro com garantias de de avanços em saúde e qualidade de vida e não de retrocessos.
E nada pode nos enfraquecer ou nos desanimar.
Pelos que foram mutilados, pelos que morreram, pelos que sofreram as perdas , nossos sinceros sentimentos de solidariedade .
Um minuto de silêncio é insignificante para expressar a dor por tantas perdas.
Por isto, vamos continuar unidos e resistentes, Companheiros e Companheiras, porque nosso papel é esse.
À luta! Juntos e perseverantes!
Por um mundo melhor, justo, necessário, possível, e que é um direito de todos nós!
Saudações Sindicais,
João Donizeti Scaboli,
Coordenador do departamento de saúde do trabalhador da FEQUIMFAR, Adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical e Membro do Conselho Nacional de Saúde pela Força Sindical