Guilherme Boulos na FEQUIMFAR

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Nesta semana, o Conselho Político Consultivo da FEQUIMFAR, composto por membros dos Sindicatos filiados, esteve reunido com Guilherme Boulos, professor, coordenador do MTST e da Frente Povo Sem Medo. Confira alguns destaques:

Diagnóstico do Brasil hoje
Boulos destacou que o país passa por um momento de muitas crises que estão ocorrendo ao mesmo tempo – crise sanitária da pandemia de Covid-19 agravando ainda mais a crise econômica e social. São 19 milhões de pessoas que passam por algum grau de insegurança alimentar e 14 milhões de desempregados. Além disso, uma instabilidade política que vem desde 2013 e se consolida com o governo Bolsonaro.

Impeachment
Ele acredita que o impeachment é uma das saídas, a curto prazo, para que possa haver mudanças efetivas na política sanitária e econômica país. Para ele, há uma janela de oportunidade que cria um ambiente de possibilidade de impeachment – além da baixa popularidade do governo Bolsonaro, manifestações de rua e a CPI da Covid-19 podem forçar o Centrão a abandonar o governo.

Desafios do campo popular e democrático
Para Guilherme Boulos, um grande desafio é referente às lutas e atuação dos movimentos sociais e sindical no sentido de fortalecer campanhas de organização e solidariedade na base, a exemplo de esforços conjuntos de combate a fome, iniciativas de organização nas comunidades e periferias.

“Ao mesmo tempo que você leva o apoio, você leva o debate. A solidariedade alimenta o corpo e a esperança”.

Outro desafio importante é pensar nas eleições de 2022 com unidade e debate de um projeto possa reconstruir o país. Um projeto de retomada do crescimento econômico, com investimento público (infraestrutura, saneamento básico, moradia popular, saúde), de combate às desigualdades e que seja ambientavelmente sustentável.

“Ganhar a eleição e depois ter força social para assumir são desafios para 2022”.

Necessidade de política industrial
“Precisamos pensar em políticas para o desenvolvimento industrial no estado de São Paulo que discutam e invistam em ciência e tecnologia, pesquisa, inovação, ou seja, criar condições para ter um parque tecnológico no estado para atrair indústrias de ponta.”

Movimento sindical
O movimento operário nasceu quando os trabalhadores, sob mesmas condições de exploração e problemas, estavam juntos, no mesmo ambiente de trabalho e puderam criar uma identidade coletiva. Hoje, uma série de fatores como o neoliberalismo e as revoluções tecnológicas têm diversificado a classe trabalhadora – que está cada vez mais precarizada e pulverizada. Parte do movimento sindical ainda não conseguiu acompanhar essas mudanças. A tecnologia 5G também acelera ainda mais o nível de substituição do trabalho humano, portanto, o desafio não é só do movimento sindical, mas da sociedade de forma geral.

“Estamos em um momento em que a classe trabalhadora não é mais aquela que deu origem ao movimento sindical.”

Comunicação com a juventude
Boulos falou sobre sua campanha do ano passado que atingiu boa parte da juventude e destacou que o diálogo se deu por meio de um discurso com humor. A ideia é recuperar uma cultura política que seja séria, sem abrir mão dos nossos princípios, mas que seja descontraída e saiba “furar a bolha”, trabalhar com ironia e humor, usando as redes sociais para chegar no público jovem.

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